Mitos e verdades sobre o Colesterol e a carne suína

Pesquisas realizadas mostram que a população brasileira considera como principal diferencial da carne suína, o seu sabor. Mas, na mesma pesquisa, mostraram que os pontos fracos foram que faz mal e é perigosa (35%) e que possui muita gordura e colesterol (55%).

O presente artigo pretende abordar esses principais pontos de rejeição e tem a pretensão de mostrar que a nossa população está mal informada a respeito dos avanços obtidos na suinocultura moderna e que todos os esforços das lideranças representativas desta atividade devem ser concentrados no sentido de levar a verdade ao conhecimento público.

Certamente, o caminho a ser percorrido na busca do esclarecimento da verdade será longo e difícil, pois até hoje, pouco tem se feito para desmistificar a carne suína como vetora de doenças e de colesterol, apesar de que estes conceitos carecem de atualização, já que foram esclarecidos e anulados pela pesquisa científica nos últimos anos. Ao iniciar este artigo estamos otimistas em relação ao futuro da carne suína, pois dispomos atualmente de um alimento nutritivo e saboroso, que atende às exigências e necessidades do consumidor moderno.

A Qualidade da Carne Suína

A carne suína é um alimento que enriquece a refeição de maneira nutritiva e saborosa. Sua maciez e sabor característico são os motivos de sua grande aceitação, e que em recente pesquisa foram ressaltados como principal ponto forte por 92% das pessoas entrevistadas.

Apesar de atrair pelo sabor, a carne suína é também excelente fonte de vitaminas do complexo B (Tiamina, Riboflavina, B6 e B12) e minerais (cálcio, fósforo, zinco e ferro). Ao consumir 100 gramas de carne suína uma pessoa atende aos seguintes percentuais de suas necessidades diárias: 39% da Tiamina, 22% da Niacina, 20% do Zinco, 18% da Vitamina B6, 12% da Vitamina B12, 20% do Ferro e 100% do Fósforo.

O conteúdo de gordura e colesterol, que em pesquisas são apontados por 55% das pessoas entrevistadas como o ponto fraco da carne suína, tem evoluído de forma expressiva nos últimos anos. De 1980 até hoje, o suíno moderno perdeu 31% do seu nível de gordura, 14% nas calorias e 10% no colesterol. O percentual de carne magra na carcaça, que era de 50% passou para 56% e espera-se que no ano 2000 chegou à marca dos 60%.

O nível de colesterol contido na carne suína é semelhante aos das carnes de bovinos e aves como vimos anteriormente. O conteúdo de colesterol de uma carne não está diretamente relacionado com o seu conteúdo de gordura. O camarão, por exemplo, possui muito pouca gordura, mas possui alto teor de colesterol (de 97 a 164 mg/100 g). O suíno tem mais gordura do que o camarão, mas tem bem menos colesterol (de 56 a 97 mg/100 g). Olhando friamente para os dados científicos disponíveis atualmente e deixando de lado a colesterofobia, podemos verificar que ao consumir 100 gramas de carne suína, uma pessoa normal estará ingerindo 75 mg de colesterol, que constituem apenas 25% das necessidades diárias deste nutriente, que são de (300 mg/dia).

O suíno moderno tem bem menos gordura atualmente, sendo que 70% dela não está em sua carne, mas sim abaixo da pele (toicinho). Apenas 20 a 22% da gordura está entre os músculos ou dentro deles, dando o sabor e a maciez à carne.

O homem moderno necessita consumir em média 2000 quilocalorias para atender suas necessidades diárias. Ao consumir 100 gramas de carne suína, ele estará consumindo apenas de 350 kcal (1/5 das necessidades). Para se ter uma idéia de como esta quantidade é normal, o famoso sanduíche BIGMAC contém 596 kcal e 100 gramas de camarão frito, 371 kcal. No quadro 2, mostramos as quantidades de calorias dos principais alimentos consumidos no nosso dia a dia, para que melhor entendamos o verdadeiro sentido de se consumir a carne suína.

Como podemos concluir, a carne suína disponível atualmente para o consumidor não faz jus aos errôneos conceitos de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição e que pela sua riqueza em vitaminas e minerais deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor. Pelas suas características deveria fazer mais parte inclusive das merendas escolares. Os tabus que inibe o seu consumo deveriam ser desfeitos e esclarecidos, para não privar a nossa população de um alimento tão gostoso e saudável.

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